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quinta-feira, 27 de junho de 2024

Endogamia científica e ciência cidadã, estamos prontos?

Imagine por um momento, que determinada área do conhecimento é dominada por um grupo de pessoas. Estas pessoas definem quem é aprovado em seleções de pós-graduação, em concursos para atuação profissional na área, quem atua ou não em revisão de pares de artigos científicos, portanto, quem publica e quem não publica, quem atua em políticas públicas que abrangem os conhecimentos envolvidos, em fim, estabelecem quem detém todo, ou quase todo, o poder sobre estas e ainda outras questões que, em conjunto, acabam por caracterizar uma área do conhecimento.

Agora imagine a hipótese de que esse grupo é composto por quatro homens, brancos, descendentes de europeus, heterossexuais, incluindo um idoso e três de meia idade. Quão diversa e inovadora você acha que pode ser a produção de conhecimento deste grupo? Mesmo que neste grupo exista quem permita a entrada na área, seja pelo motivo que for, de uma uma jovem mulher afrodescendente, de um jovem homem homossexual e outro filho de lavradores, se todos foram subjugados a anos de obediência seguindo valores, regras e dogmas do primeiro grupo, quanto diversa e inovadora será a produção científica desta área do conhecimento?

Então, vamos acrescentar algo mais nesta receita, uma pressãozinha seletiva chamada: produtivismo científico. Todos os atores desta hipótese, estão subjugados pela necessidade de produzir quantidades elevadas de artigos científicos para que seus currículos lhes permitam crescimentos na carreira e outros benefícios. Todos são potencialmente beneficiados pagando para publicar artigos, ou pior, publicando-os em acesso fechado para a sociedade que, não raro, é quem paga por esta produção científica velada. Este fator é bem conhecido e vem sendo acusado de culpado pelo aumento impressionante de retratações de artigos científicos feitas até pelas mais renomadas revistas do mundo, em razão de fraudes, roubo de dados, invenção de informações, plágio e tantos outros exemplos da mais baixa ciência. Qual é o resultado do poder sobre uma área do conhecimento estar nas mãos de poucas pessoas, pobremente diversas e subjugadas ao produtivismo científico? Não é difícil concluir: inovação pífia, reprodução de receitas antigas básicas, seguras, já aprovadas, que não enfrentam oposição, com alterações cosméticas prontas para os aplausos dos que leem a si mesmos.

Essa parece uma boa prescrição para que nada novo venha a surgir, para que todo o conhecimento gerado seja fruto de uma endogamia científica na qual tudo que nasce é fruto de cruzamento entre iguais, e nas mesmas condições ambientais.

Então, eis que surge algo inesperado, fora deste âmbito viciado. Novas tecnologias viabilizam que qualquer pessoa conduza suas próprias investigações científicas, de forma autônoma, independente e livre. São pessoas que simplesmente têm o desejo de conhecer algo e fazem o que está ao seu alcance para sua realização. Estas pessoas vêm sendo chamadas de cientistas cidadãos. Embora alguns destes atores estejam a serviço de cientistas profissionais, muitos, não estão. Exemplos deste perfil de ator inovador que surge na sociedade é possível encontrar em plataformas de biodiversidade e ciência cidadã, que somam centenas de milhares de pessoas livres fazendo suas descobertas independentes sobre a vida no planeta. Pessoas que tiram dinheiro do próprio bolso para descobrir sobre a biodiversidade, que levam dez anos para produzir um único livro, mas que trazem resultados inovadores, inéditos, revolucionários e, não raro, que efetivamente contribuem com a sociedade. Pessoas que não sofrem pressão de nenhum produtivismo científico, que não necessitam de nenhuma aprovação de terceiros para atuar, não têm vontade de ser seguidores deste ou daquele que um pequeno grupo trata como referência. Pessoas livres e interessadas em fazer algo realmente novo.

O que podemos esperar que aconteça em uma sociedade que vinha sendo dominada na área da produção científica pelos moldes do que delineamos no início deste texto, a partir do momento que a ciência cidadã começa a fazer jorrar seus resultados?

Esta é a reflexão que almejamos trazer aqui. Qual será a consequência desta mistura?

Inicialmente, o óbvio. Cientistas profissionais se apropriando do conhecimento produzido por cientistas cidadãos, simplesmente publicando-os em seus nomes sem sequer referenciar quem de fato produziu os conteúdos usados. Naturalmente isto gera reação e, provavelmente, esta situação encontrará um normal mais respeitoso do que estamos assistindo. 

Mas o mais interessante é o que já começamos a notar. A liberdade do cientista cidadão, sua autonomia, está oportunizando a renovação da produção científica. Novos métodos estão efetivamente trazendo descobertas valiosas para toda a sociedade. Apesar das dores do encontro destes dois mundos distintos envolvidos na produção científica, é possível que a ciência cidadã contribua com a sociedade muito além do que nos parece em um primeiro olhar. Muito além das descobertas científicas em si. O cenário atual parece indicar que a ciência cidadã tem potencial para renovar a ciência como um todo, moderando seus males, relembrando que a ciência não nasceu da necessidade humana de ter seu trabalho pago, nasceu da paixão pelas descobertas. Talvez essa seja a contribuição mais profunda que a ciência cidadã entregará para a sociedade. Estamos prontos para essa redescoberta?

domingo, 9 de junho de 2024

Edital de Convocação

 

Ficam convocados todos os interessados, para realização da ASSEMBLEIA GERAL do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB,  em meio virtual. A ASSEMBLEIA GERAL se dará no dia 24 de junho de 2024, às 16 horas, com qualquer número de presentes. Os presentes abrirão a Assembleia Geral para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

 

 

1.      Aprovação da Fundação do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB;

2.      Aprovação do Estatuto do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB;

3.      Aprovação da Diretoria do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB.

4.      Posse da Diretoria do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB.

5.      Definição da sede do INSTITUTO BIOGEOGRÁFICO - IB.

 

 

Os interessados devem solicitar link de acesso pelo e-mail: maristela.zamoner@gmail.com.

 

Campina Grande do Sul, 8 de junho de 2024.


 

Maristela Zamoner

sábado, 8 de abril de 2023

A mais linda borboleta amarela!


Dia 14 de abril, 15 horas:



Neste vídeo você conhecerá em detalhes a vida da borboleta-gema, e entre outros segredos, descobrirá que ela namora no céu! Imagens, roteiro, edição, apresentação: Maristela Zamoner Consultoria técnica e revisão: Deni Lineu Schwartz Filho Música: Fox Tale Waltz Part 1 Instrumental. Kevin MacLeod. incompetech.com


 

quarta-feira, 1 de março de 2023

6o Encontro de Observação de Borboletas

PROGRAMAÇÃO

17 de março de 2023 - 18h*
Conferência de abertura "Borboletas e ciência cidadã", com Maristela Zamoner
Lançamento do "Guia de borboletas neotropicais, enfoque em Curitiba e Paraná", com autores

24 de março de 2023 - 18h*
Conferência "Parcerias entre Ciência Cidadã e a Academia", com Gilberto Almeida

30 de março de 2023 - 10h**
Prática de campo - conforme condição climática

31 de março de 2023 - 18h*
Conferência: "Borboletas capixabas, monitoramento participativo", com Laura Braga


*On-line: Terra das Borboletas (YouTube) – inscreva-se no canal para participar

**Jardim Botânico de Curitiba – em frente à Estufa Principal


























 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Terra das Borboletas, em breve!

 



CICLO DE PALESTRAS: A coleção de plantas mais incompreendida do Jardim Botânico de Curitiba - SETEMBRO

 





CICLO DE PALESTRAS:  A coleção de plantas mais incompreendida do Jardim Botânico de Curitiba

07/10/2022, 18h


Ministrantes do Museu 

Botânico de Curitiba:

Marcelo Leandro Brotto – engenheiro florestal, curador

Maristela Zamoner – bióloga lepidopterologista


PROMOÇÃO:

Jardim Botânico de Curitiba


TRANSMISSÃO:

Casa do Biólogo 

(Youtube) 

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

CICLO DE PALESTRAS: Borboletas dos Campos Naturais

 CICLO DE PALESTRAS:  A coleção de plantas mais incompreendida do Jardim Botânico de Curitiba







01/09/2022, 18h

Nossos Campos Naturais
Ministrante: Marcelo Leandro Brotto – engenheiro florestal, curador do Museu Botânico de Curitiba

02/09/2022, 18h
Borboletas dos Campos Naturais
Ministrante: Maristela Zamoner – bióloga lepidopterologista do Museu Botânico de Curitiba

01/09/2023, 18h
O retorno da Fênix
Ministrante: Marcelo Leandro Brotto – engenheiro florestal, curador do Museu Botânico de Curitiba e
Ministrante: Maristela Zamoner – bióloga lepidopterologista do Museu Botânico de Curitiba

PROMOÇÃO: 
Jardim Botânico de Curitiba

TRANSMISSÃO: 
Casa do Biólogo 
(Youtube)  
INSCREVA-SE  NO CANAL.



Ciclo de palestras: Nossos Campos Curitibanos


 

CICLO DE PALESTRAS:  A coleção de plantas mais incompreendida do Jardim Botânico de Curitiba

01/09/2022, 18h

Nossos Campos Naturais
Ministrante: Marcelo Leandro Brotto – engenheiro florestal, curador do Museu Botânico de Curitiba

02/09/2022, 18h
Borboletas dos Campos Naturais
Ministrante: Maristela Zamoner – bióloga lepidopterologista do Museu Botânico de Curitiba

01/09/2023, 18h
O retorno da Fênix
Ministrante: Marcelo Leandro Brotto – engenheiro florestal, curador do Museu Botânico de Curitiba e
Ministrante: Maristela Zamoner – bióloga lepidopterologista do Museu Botânico de Curitiba

PROMOÇÃO: 
Jardim Botânico de Curitiba

TRANSMISSÃO: 
Casa do Biólogo 
(Youtube)  
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sábado, 30 de julho de 2022





MINICURSO: Fotografia de biodiversidade, direitos autorais e ciência cidadã

APRESENTAÇÃO: Sérgio Augusto Abrahão Morato
Coordenador da Escola de Biodiversidade do ICTBIO
Vice-presidente do ICTBIO
20 DE AGOSTO DE 2022 - 18h
MÓDULO 1 - Base jurídica e riscos - Serão discutidos os fundamentos jurídicos que envolvem os direitos autorais das fotografias de biodiversidade e os riscos de seus usos indevidos
MINISTRANTE: Dra. Marilia Zamoner, advogada, assessora jurídica editorial com mais de 25 anos de experiência

21 DE AGOSTO DE 2022 - 18h
MÓDULO 2 - Ciência cidadã e boas práticas EMENTA: - O que é Ciência Cidadã - Princípios internacionais da Ciência Cidadã - Fotografia de biodiversidade e Ciência Cidadã - As figuras de organizador, autor e colaborador em publicações envolvendo fotografias de biodiversidade - Casos reais: mídias sociais, livros e outros - Boas práticas e segurança dos direitos autorais, para editores e autores
MINISTRANTE: Maristela Zamoner, bióloga, autora do livro "Biodiversidade e ciência cidadã"

O minicurso será transmitido ao vivo e gratuitamente pelo Canal da Casa do Biólogo. Inscreva-se no canal para não perder.

PROMOÇÃO: 
ESCOLA DE BIODIVERSIDADE DO ICTBIO
CASA DO BIÓLOGO






APOIO:
COMFAUNA LIVROS
EDITORA PROTEXTO




Informações a confirmar nos próximos dias