https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/especie-rara-de-maracuja-e-descoberta-no-jardim-botanico/56976
No dia 24 de julho de 2020, durante o estudo profissional das comunidades de borboletas da Unidade de Conservação do Jardim Botânico de Curitiba, conduzido pela bióloga Maristela Zamoner, uma borboleta foi registrada colocando um ovo em uma planta muito incomum. A borboleta pertence à espécie Agraulis vanillae maculosa, muito abundante na cidade e conhecida como praga do maracujá. Já a planta não é nada comum e, apesar de muito pequena, já tinha mais três ovos da espécie de borboleta com idades diferentes e uma lagarta. Ali estas borboletas costumam colocar ovos em plantas de Passiflora actinia, um maracujá silvestre muito comum na cidade e no próprio Jardim Botânico.
A partir deste registro a equipe do Museu Botânico de Curitiba iniciou a busca para descobrir a espécie da planta escolhida pela borboleta para abrigar sua próxima geração. Isto passa pelo fato de que a muda foi encontrada pela borboleta em um campo transplantado do sul da cidade de Curitiba para a Unidade de Conservação do Jardim Botânico, como medida de compensação ambiental em consequência da supressão de uma rica área de estepe para realização de um empreendimento.
Este campo transplantado vem sendo estudado nos últimos dois anos pela equipe do Museu Botânico de Curitiba, ali já foram registradas mais de duas centenas de plantas de estepe e, no último ano, mais de duas centenas de espécies de borboletas, se alimentando e até se reproduzindo naquela vegetação.
Pelo conhecimento das plantas do local original de onde veio a área transplantada e análise da morfologia, o engenheiro florestal Sacha Lubow reconheceu a planta no dia 12 de agosto de 2020, Passiflora lepidota, uma espécie raríssima.
Agora, a equipe técnica protegerá a planta das borboletas por um tempo, e aguarda sua floração para meados de outubro.
Resultados assim são possíveis em estudos com borboletas vivas, nos seus ambientes naturais, pelos quais as espécies são acompanhadas em suas atividades ecológicas diariamente pela imersão de quem as estuda.
A descoberta mostra a importância das unidades de conservação do município, mesmo sendo urbanas e pequenas, das medidas de compensação ambiental, do estudo das comunidades de borboletas e do trabalho incansável e atento da equipe de pesquisadores do Museu Botânico de Curitiba.
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