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domingo, 24 de setembro de 2017

Quem está em campo sabe, estamos perdendo vidas

Por Maristela Zamoner

O jornal El País publicou ontem um texto intitulado "Adeus aos insetos da sua infância", tratando do conhecido tema da perda de biodiversidade que vem sendo constatada em diversos países, independente de seus sistemas políticos ou ideológicos.

Neste texto, o foco principal esteve nos insetos, mas outros grupos a eles interligados não deixaram de ser abordados, como aves e alguns outros vertebrados.

Os biólogos e amantes da biologia que estão em campo realizando suas atividades ao longo de anos sabem bem o que se passa. De fato nossas mensurações e observações revelam ambientes mais pobres em diversidade faunística.

Entretanto, a razão primordial que nos trouxe a esta realidade ainda é um tabu que poucos querem enfrentar: o crescimento da população humana. Somos mais de sete bilhões e meio, num quantitativo que não para de aumentar, em um planeta que, quando muito, sustenta até uns dois bilhões com costumes de consumo comedido, ou até um bilhão de pessoas com hábitos de consumo além do necessário. Poucos estão dispostos a deixar de ter filhos em favor dos já nascidos. Mas esta escolha tem um preço que, a seu tempo, será cobrado.

A equação parece muito simples, se nossa opção é continuar aumentando a quantidade de humanos no planeta, será necessário continuar reduzindo áreas naturais para providenciar alimento e outros gêneros necessários à sobrevivência de nossa robusta população humana. Então a proteção de muitas espécies vai depender dos cuidados humanos já que seus ambientes naturais deixam gradativamente de existir. É urgente a reflexão sobre a forma como consumimos recursos, é urgente passarmos a consumir apenas o que necessitamos.

Ainda é preciso conhecer o quanto antes cada uma das espécies que ainda existem, suas necessidades, sua biologia, sua ecologia e as estratégias que nos permitirão mantê-las enquanto não acordamos para necessidade de revisão de nossos hábitos de consumo e redução da nossa própria população.

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