Livro: Borboletas do Capão da Imbuia, Comfauna, 2019.
Resumo
O livro apresenta resultados de um estudo profissional da Superfamília Papilionoidea (borboletas) na Unidade de Conservação Municipal do Bosque do Capão da Imbuia, localizada em Curitiba. A metodologia é inovadora, apoiada em registros fotográficos, sem recorrer à métodos destrutivos (coletas seguidas de sacrifício animal). Em um intervalo de 12 meses, entre 2018 e 2019, foram realizados 4.430 registros abrangendo 273 espécies em um esforço amostral de 378 horas. Foram realizados registros por dois meses, além do período de um ano, elevando-se o total de espécies à 285. A análise dos conteúdos das fotografias oportunizou uma contribuição inédita para o conhecimento de aspectos ecológicos das comunidades locais de borboletas. Os resultados são apresentados na forma de uma coleção de 305 pranchas ilustrativas que pretendem ser acessíveis ao público em geral, além de profissionais. Esta publicação revela a importância que as Unidades de Conservação urbanas podem ter para a manutenção da biodiversidade dos fragmentados biomas brasileiros. Espera-se ainda que os resultados possam subsidiar futuras ações de gestão, favorecedoras da conservação destas importantes áreas e de seus bioindicadores, as borboletas, que ainda prestam o valioso serviço ecossistêmico da polinização.
Até que se prove o contrário este é o primeiro registro da espécie para Curitiba! Espécie: Rekoa palegon (Cramer, 1780). Local: Curitiba, Paraná, Brazil. Data: 19/12/2019. Autoria do registro: Maristela Zamoner. Saiba mais aqui: https://www.inaturalist.org/observations/36779967.
É sempre uma satisfação a visita dos apaixonados pela Natureza! Obrigada Lucas Gusso, volte sempre! Borboletas, besouros, outros insetos e aranhas te esperam! #borboletas#natureza#biologia
O trabalho do dia já tinha acabado, um dia repleto de dezenas de borboletas das mais lindas. E no caminho para casa tinha mais beleza esperando para ser apreciada!
Espécie: Vanessa carye (Hübner, [1812]).
Local: Curitiba, Paraná, Brasil.
Hoje apresentei, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Curitiba, o artigo Observação de borboletas, um caminho participativo para a conservação, enviado para a revista Curitiba em Destaque a convite de Cintia Cargnin Cavalheiro Ribas da Escola de Administração Pública do Instituto Municipal de Administração Pública, IMAP. O artigo foi apresentado no evento de lançamento da 5a edição, cuja organização foi impecável, digna de nota. Agradeço a oportunidade de compartilhar os resultados deste trabalho que tanto adoro!
Desta vez, nosso encanto pelas aves e pelas borboletas nos levou a uma Unidade de Conservação em plena Amazônia.
Aqui este majestoso bioma é bem representado. A vitória régia, planta típica da região, nos dá as boas vindas, e logo no início da caminhada, apreciamos as características áreas de aningal.
O passeio variou entre os bem conservados mirantes, as passarelas, estradas, trilhas e lindos lagos. A cada passo nos sentíamos integrando esta natureza ímpar, onde experimentamos a proximidade com uma vegetação de variedade e dimensões fantásticas, próprias de um dos mais deslumbrantes biomas do mundo, o Amazônico.
Nos surpreendemos a cada passo com uma fauna única. A preguiça subia tranquilamente na árvore, capivaras se refrescavam na água, lagartos exibiam suas cores, uma aranha construía uma teia esférica, e os insetos fazem uma riqueza à parte, formigas, libélulas e muitas borboletas.
Uma surpresa inesperada foi o avistamento de um bando de ararajubas voando em vida livre. A reintrodução da ararajuba no Parque do Utinga foi possível após anos durante os quais as aves estiveram sob cuidados humanos.
Foi um passeio maravilhoso, a um recanto ímpar da biodiversidade amazônica.
#natureza #conservação #exsitu #biologia
Créditos:
Produção: Casa do Biólogo
Agradecemos a carinhosa acolhida da equipe técnica do Parque do Utinga e do IDEFLOR-BIO, em especial:
Ivan Santos
Gerente do Parque Estadual do Utinga
Laura Dias
Técnica de Gestão Ambiental do IDEFLOR-BIO
Crisomar Lobato
Diretor de Gestão da Biodiversidade do IDEFLOR-BIO
Pryscila Margarido
Assessora de Comunicação IDEFLOR-BIO
Roteiro de Maristela Zamoner, revisado por Deni Schwartz Filho
Narração: Maristela Zamoner
Imagens: Maristela Zamoner e Deni Lineu Schwartz Filho
Música: American Frontiers, biblioteca de áudio YouTube
Parece esconder nas asas os mistérios de um crepúsculo! Esse é o macho da espécie. E se você o acha bonito, só espere até ver a fêmea na próxima postagem!
Fascinados por aves, e borboletas, cruzamos o país em busca de aventuras. E aqui em Belém do Pará, visitamos um fragmento de floresta amazônica deslumbrante e pouco conhecido. O Jardim Zoobotânico da Amazônia, no Bosque Rodrigues Alves.
Inspirado no francês oitocentista Bosque de Bolonha, o Bosque Rodrigues Alves foi inaugurado em 1883, uma ideia do barão do Marajó. A criação deste reduto permitiu sua proteção diante da urbanização própria do crescimento de uma cidade como Belém.
Hoje, cerca de um quarto de sua área é destinada à recomposição de uma vegetação de beleza estupenda.
Explorar seus espaços nos fez perceber marcas de uma história municipal recortada, dividida entre presenças e ausências.
Mas independente da fragmentação que permeia sua existência, é um hoje um reduto impressionante de conservação da riquíssima biodiversidade amazônica.
Aqui experimentamos a proximidade com uma fauna extraordinária, que vive tranquila e um tanto íntima das grades que por quase todo o trajeto parecem apenas cicatrizes de um passado recente. Esta aventura nos apresentou uma natureza poderosa, que insiste em sobreviver sob a mais incauta pressão da conduta humana.
Este recorte de floresta amazônica está mergulhado na cidade de Belém, compondo um mosaico intrigante de natureza, história e de uma civilização que por alguns momentos, chega a ser esquecida.
Sua inauguração data do século XIX, ano de 1895, e estar aqui é experimentar um pouco do passado, conhecendo o brilho de pessoas que fizeram história.
Aqui conhecemos o veterinário Antônio Messias Costa, responsável pelo local que nos recebeu atenciosamente e com muita disposição para boas conversas.
Além guardar nossa preciosa história, o Zoobotânico do Museu Emilio Goeldi é um reduto importante de conservação da natureza onde são protegidas mais de duas mil espécies de plantas e cerca de uma centena de espécies animais, entre as quais, algumas ameaçadas como a onça-pintada. E o cuidado humano que protege este local, faz dele a casa de muitas outras espécies.
Créditos:
Produção: Casa do Biólogo
Roteiro de Maristela Zamoner, revisado por Deni Schwartz Filho
Narração: Maristela Zamoner
Música: Dixie Outlandish, biblioteca de áudio do Youtube
Depois de muita chuva, ao primeiro sol tímido, lá estava ela, nascida para ser bela!
Espécie: Conga zela (Plötz, 1883).
Local: Curitiba, Paraná, Brasil.
Saiba mais: https://www.inaturalist.org/observations/34078096
#borboleta #natureza #biologia
Asas desgastadas, já um tanto quebradas, são como rugas e cicatrizes, formam nossas coleções particulares de provas dos desafios vencidos e alegrias vividas. Mesmo que isto possa parecer perturbador, tem sua beleza!
Espécie: Memphis moruus stheno (Prittwitz, 1865)
Local: Curitiba, Paraná, Brasil.
Cruzar o país para conhecer o Mangal das Garças foi uma aventura especialmente valiosa para um casal como nós, que soma o mundo das aves e das borboletas.
Na chegada, ainda sem imaginar o que encontraríamos, nos dirigimos ao borboletário que é o maior do país. A visão de seu interior é paradisíaca, o convívio de peixes, aves e borboletas deslumbra qualquer visitante, um verdadeiro espetáculo de cores e movimentos.
Nos encantamos com cerca de nove mil borboletas adultas voando, se alimentando, realizando rituais de acasalamento até sobre os visitantes, copulando e espalhando seus ovos.
Fomos muito bem recebidos por duas profissionais, a médica veterinária Stefânia Miranda e a bióloga Stella Malcher. Conversamos por horas, o que nos permitiu conhecer detalhes sobre este precioso reduto de conservação da natureza e os desafios que precisam ser superados dia a dia.
Na sala de criação que percebemos a importância da intensa atuação diária de muitos trabalhadores. Os ovos das diferentes espécies são recolhidos do borboletário e ao nascerem as lagartas sua alimentação e limpeza diárias exigem muita dedicação. Ao se tornarem pupas, cada uma é cuidadosamente preparada para o momento do nascimento da borboleta adulta. Com as asas bem formadas, estão prontas para voltar ao borboletário, onde sua chegada é uma experiência encantadora para o visitante, que as recebe em suas mãos por alguns poucos e mágicos segundos. É sublime a sensação de vê-las ganhando o espaço de sua nova casa, um lar que sabemos ser protegido.
Nos bastidores das atividades com as aves entendemos por que o Mangal das Garças é uma referência na reprodução e na conservação de espécies valiosas como por exemplo, o Guará, que pode ser visto em grupos de vários indivíduos em diversos locais do Mangal das Garças e o pavãozinho-do-Pará, que desfila feliz até dentro do borboletário.
Seguindo nossa visita, entramos em lindíssimo viveiro de imersão, oportunidade imperdível para experimentar a proximidade com diferentes espécies de aves.
Todo o trabalho de proteção do ambiente local natural ainda desempenha papel fundamental para a conservação de muitas outras espécies que podem ser observadas vivendo tranquilamentre nos arredores da área protegida do deslumbrante Mangal das Garças.
#borboleta #ciclodevida #metamorfose #natureza #borboletário #butterfly #zoológico #maior
CRÉDITOS:
Produção: Casa do Biólogo
Roteiro de Maristela Zamoner com revisão de Deni Lineu Schwartz Filho
Imagens: Maristela Zamoner e Deni Lineu Schwartz Filho
Narração: Maristela Zamoner
Música: The Rising, Aakash Gandhi, biblioteca de áudio do YouTube
Depois de meses seguindo borboletas que sobrevoavam a planta hospedeira no meio do mato, finalmente foi possível registrar uma oviposição. E foram necessários mais de 40 minutos procurando o ovo sem coletar e nem danificar a planta. Valeu a pena, registro feito em campo e o ovinho continua no local onde sua mamãe o colocou. Uma delicadeza!
Espécie: Vanessa braziliensis (Moore, 1883).
Local: Curitiba, Paraná, Brasil.
O vídeo objetiva mostrar como foi a visita que nós, Deni Lineu Schwartz Filho e Maristela Zamoner, fizemos ao Zooparque Itatiba.
Animais lindos já são avistados antes mesmo de nossa entrada no Zooparque. Ao percorrer o trajeto de visitação nos vimos imersos em diferentes biomas brasileiros. A cada passo pudemos apreciar os animais em ambientes amplos, importantes para seu bem-estar. O Zooparque atua em conservação, pesquisa e na educação ambiental que sensibiliza os visitantes para importância de nossa valiosa biodiversidade.
Fundado há mais de 20 anos, o Zooparque localiza-se em um fragmento de Mata Atlântica e trabalha exaustivamente na manutenção, sob cuidados humanos, de 1.200 animais pertencentes 180 diferentes espécies. O trabalho na conservação de espécies ameaçadas é diário. As instalações do Zooparque são, por exemplo, as únicas no mundo a manter com sucesso reprodutivo o pato-mergulhão,uma das aves aquáticas mais ameaçadas do planeta.
E a proteção do próprio ambiente que abriga o Zooparque assegura ainda, no espaço natural, a vida de muitas outras espécies de nossa diversidade biológica.
CRÉDITOS DO VÍDEO:
Produção: Casa do Biólogo
Música: Wrong, biblioteca de áudio YouTube
Imagens: Deni Schwartz Filho e Maristela Zamoner
Roteiro de Maristela Zamoner e revisão de Deni Schwartz Filho
Narração: Maristela Zamoner
Entrevistado: Biólogo Felipe Garcia, Coordenador Geral do Zooparque Itatiba.
O vídeo mostra como foi a visita que nós, Deni Lineu Schwartz Filho e Maristela Zamoner, fizemos à Mata de Santa Genebra, em Campinas, São Paulo.
Na chegada, fomos recebidos pelo Tomaz Barrella que nos contou em detalhes a história da Mata de Santa Genebra enquanto conhecíamos a entrada e o interior da mata, seguindo o caminho em direção ao borboletário.
Conta a história que ao final do século XIX a área pertencia à uma fazenda modelo na produção de café, chamada Fazenda Santa Genebra, propriedade do Barão Geraldo de Resende. A fazenda acabou leiloada em consequência das dificuldades financeiras enfrentadas pelo barão, e no início do século XX, José Pedro de Oliveira passou a administrá-la.
Após seu falecimento, sua viúva, Jandira Pamplona de Oliveira, no intuito de providenciar a conservação da Mata de Santa Genebra, a doou ao município de Campinas.
A área foi tombada como Patrimônio Natural do estado de São Paulo em 1983 e de Campinas em 1992. Declarada como Área de Relevante Interesse Ecológico Federal em 1985 tem sua gestão compartilhada entre a Fundação José Pedro de Oliveira e o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
É o maior fragmento de floresta nativa do município de Campinas, que abriga riqueza de flora e fauna, e abriga em seu interior um borboletário, inaugurado em 2005.
Quando chegamos ao borboletário pudemos ver os materiais de educação ambiental disponibilizados na área externa e em seguida, conhecemos a casa de criação. Ali os ovos das borboletas são protegidos até o nascimento das lagartas que são alimentadas enquanto não atingem a fase de pupa, da qual emerge o adulto que retorna ao borboletário.
Em seguida entramos no espaço que abriga as borboletas em sua fase adulta, onde além de desfrutarem de um espaço protegido no qual se alimentam e voam, realizam seus rituais de acasalamento, cópulas e oviposições. Os ovos dali recolhidos encaminhados à casa de criação para continuidade do ciclo.
O borboletário desempenha importante função de educação ambiental.
Após esta visita conhecemos a área natural do entorno, repleta de borboletas que puderam ser registradas em vida livre.
José Dionísio Bertuzzo, Thomaz Barrella e Sabrina Martins, diretora do local,
nos levaram para um passeio pelas bordas de toda a Mata de Santa Genebra e ao final fomos recebidos pelo presidente da Fundação José Pedro de Oliveira, Sinval Dorigon.
Foi uma visita inesquecível a um fragmento valiosíssimo de nossas florestas originais.
CRÉDITOS:
Imagens: Deni Lineu Schwartz Filho e Maristela Zamoner
Ovos de borboletas são engenhosas e fascinantes obras microscópicas! Cada registro de oviposição é um momento único, no qual mergulhamos neste mundo tão minúsculo quanto lindo! Isto é observar borboletas!
Espécie: Phoebis neocypris neocypris (Hübner, [1823]).
Local: Curitiba, Paraná.
#borboleta #observaçãodeborboletas #biologia #ciência #natureza
Este vídeo conta sobre a visita que nós, Deni Lineu Schwartz Filho e Maristela Zamoner, fizemos ao Borboletário da Esalq.
Já na chegada olha o que encontramos, uma siriema passeando solta pelo campus... Fomos muito bem recebidos pelo João Angelo Cerinhoni. Ao conhecer sua sala, nos impressionamos com a quantidade de materiais relacionados ao trabalho com as borboletas. E foi nesta sala que começamos uma longa e muito agradável conversa. Antes de deixarmos sua sala, como não podia deixar de ser pedimos seu autógrafo em nosso exemplar do livro de sua autoria.
Na sequência passeamos pela área externa do borboletário, toda preparada para receber pesquisadores e alunos, ainda muito importante para a atração de borboletas. Neste espaço conseguimos registrar exemplares em vida livre.
E chegou o momento de conhecer o borboletário onde se encontram as borboletas adultas. Ali fotografamos escamas de adultos vivos, seus ovos e lagartas.
Em seguida conhecemos a sala de criação, onde as lagartas são alimentadas até se tornarem pupas das quais emergem os adultos que são levados ao borboletário.
Depois desta visita, uma surpresa extra, pudemos conhecer o formigário, mantido por Cerignoni há 22 anos com a mesma rainha.
Foi uma visita maravilhosa, que nos mostrou um trabalho belíssimo realizado por um homem extremamente dedicado ao que faz.
CRÉDITOS:
Imagens: Deni Lineu Schwartz Filho e Maristela Zamoner
Enredo e narração: Maristela Zamoner
Músicas: Músicas: Jazz Me Blues, de E's Jammy Jams, biblioteca Youtube e bensound-acousticbreeze
Vivemos novos tempos! Hoje já contamos com técnicas não destrutivas para conhecer nossa biodiversidade. Os estudos mais recentes da área ambiental lançam mão de levantamentos sem coleta e sacrifício dos animais, afinal suas populações sofrem cada dia mais com as crescentes reduções de hábitat. A Ciência Cidadã avança como nunca se viu antes, e o movimento de ecoturismo se fortalece em torno de atividades como a Observação de Borboletas, que pode até mesmo ser vista como uma irmã mais nova da experiente e bem estabelecida Observação de Aves.
Parte das espécies de animais está em situação de risco em seus ambientes naturais, caminhando para um desaparecimento definitivo de sua existência.
As principais razões de extinção atual são: perda, degradação e fragmentação de hábitats pela expansão da distribuição humana; caça e retirada ilegal de animais da Natureza, provocando reduções drásticas em suas populações e, por fim, as dificuldades das alternativas para conservação da fauna.
A reprodução protegida por cuidados humanos é um caminho que tem salvado espécies da extinção. Esta estratégia é possível graças ao conhecimento sobre as técnicas de manutenção e garantia da qualidade de vida necessária para que cada espécie tenha sucesso reprodutivo. É um esforço incansável de biólogos, veterinários, zootecnistas, tratadores, outros profissionais e principalmente criadores.
Este trabalho acontece em entidades como zoológicos, bioparques ou criadouros particulares.
Um exemplo é a espécie Pauxi mitu, conhecida popularmente com mutum-de-alagoas. Uma ave de aproximadamente 3kg, coloração bem escura, com bico, patas e parte ventral em tons de vermelho, que se reproduzia na natureza fazendo ninhos em árvores onde eram colocados, geralmente, 2 ovos. Esta ave foi extinta na natureza em consequência, principalmente, da redução de hábitats.
Esteve reduzida a 5 indivíduos que foram retirados da Natureza a partir de meados da década de 1970 e cuidados por mãos humanas asseguradoras de seu bem-estar, sem o qual seria impossível sua reprodução. Portanto, só não ocorreu a sua extinção em definitivo porque houve empenho e investimento humano, em um criadouro particular chamado Nardelli, no Rio de Janeiro.
Ao entrar em sérias dificuldades financeiras, o criadouro passou os animais para a Fundação Crax, em Minas Gerais, que deu continuidade a atividade, viabilizando a existência dos atuais mais de 200 indivíduos sobreviventes.
Em breve estas aves retornarão a ambientes naturais recuperados e isto só é possível porque estiveram sob cuidados humanos enquanto seu ambiente natural se reduzia a poucos fragmentos.
A reprodução protegida por cuidados humanos, seja em zoológicos, bioparques, criadouros ou reservas ambientais e similares, é chance de sobrevivência para várias espécies da nossa fauna. É a esperança de que um dia ambientes recuperados possam ser a sua casa.
Estas iniciativas não são fáceis de se manter, precisam ser reconhecidas, merecem ser valorizadas, cultivadas, viabilizadas e estimuladas.
Espécie: Mitu mitu/ Pauxi mitu (Linnaeus, 1766).
Nome popular: Mutum-do-nordeste, mutum-de-alagoas.
O fascínio humano pelos animais talvez seja tão antigo quanto a nossa própria existência.
Colecionar animais vivos, mantendo-os sob cuidados humanos é uma prática muito antiga. Esta manutenção, fora dos ambientes naturais, é chamada ex-situ. Várias das grandes civilizações do passado mantinham coleções de animais vivos. E algumas delas se destacam na história.
Apesar das controvérsias entre historiadores e arqueólogos, o Egito é apontado em descobertas recentes como local de surgimento do primeiro zoológico do mundo, há cerca de 3.500 A.C.
Na China, cerca de mil anos antes de Cristo, o imperador Wen Wang estabeleceu sua coleção de animais em um grande espaço que ficou conhecido até os dias de hoje como Jardim da Inteligência. Os animais recebiam cuidados de saúde profissionais e havia até mesmo pesquisa científica. O acervo contava com antílopes, veados, bodes e, entre outros, faisões.
No México do passado, o Imperador Montezuma, que governou o Império Asteca entre os anos de 1502 e 1520, também construiu um zoológico. Seu porte exigia o serviço de 300 trabalhadores. Europeus chegaram a ilustrar a coleção que contava como grandes felinos, macacos, roedores, jacarés, lagartos, serpentes, muitas aves e outros animais. Uma estranha ala foi dedicada a exposição de pessoas com características atípicas. O fim deste zoológico ficou por conta dos espanhóis.
A partir do século XVIII os zoológicos europeus começaram a se multiplicar.
O único sobrevivente até os dias atuais é o zoológico de Viena. Embora seu acervo remonte à Viena de séculos anteriores, passou a funcionar em 1752, como um zoológico de uso privativo da família imperial. Sua abertura ao público ocorreu em 1779 perdurando até a atualidade.
O projeto foi inspirado no zoológico da realeza francesa, com um pavilhão central e delimitadas áreas adjacentes. Na década de 1820 o Zoológico de Viena recebeu uma onça pintada viva, enviada do Brasil pela Imperatriz Maria Leopoldina da Áustria, esposa de Dom Pedro I. Nesta época o Brasil não tinha nenhum zoológico.
A primeira coleção de animais vivos do Brasil teria sido inaugurada em Recife, durante o período holandês no ano de 1638 por João Maurício de Nassau.
O zoológico mais antigo do país que ainda está em funcionamento, foi inaugurado em 1895 por Emilio Goeldi no Pará, em Belém.
A prática de formar coleções de animais se espalhou pelo mundo, atualmente são milhares de iniciativas pelos diferentes continentes. A manutenção da fauna ex situ, passou a incluir, entre outras modalidades, aquários e borboletários.
Os objetivos e finalidades da manutenção ex situabrangem hoje, além da educação ambiental, a formação de reservas da diversidade faunística.
Quando as primeiras coleções de animais vivos surgiram, a população humana era sustentável no planeta. Hoje, não é mais. Existiam imensas porções de áreas naturais, que agora, estão massivamente alteradas e sua redução continua. Cada dia que passa diminuem mais as florestas nativas e seus remanescentes são mais impactados pelas ações humanas.
Diversas espécies já foram definitivamente extintas. Outras foram extintas na natureza e existem apenas devido ao conhecimento e trabalho de manutenção ex situ, que é hoje a única esperança de retorno a ambientes futuramente recuperados, ou protegidos.
É nesta nova realidade que empreendimentos zoológicos do passado reformulam suas instalações assumindo novos conceitos. Deles derivam os bioparques, nos quais as grades não existem mais. Os espaços dos animais reproduzem as condições da natureza e a qualidade de vida nestas reservas de biodiversidade animal é aprimorada dia a dia, quase em uma corrida contra o tempo.
Neste conceito inovador da vida ex situ, é viabilizada - sob cuidados humanos - a reprodução, reveladora do bem-estar animal, base promissora para manutenção de cada espécie.
Os zoológicos do passado, que serviam primordialmente para diversão humana, transmitiam ao visitante a sensação de poder que subjuga a natureza.
Hoje, independente de como os denominarmos, guardam a missão urgente de proteger espécies. Assumem ainda o compromisso de sensibilizar humanos sobre sua própria responsabilidade nas iniciativas de conservação para futuras gerações. E o fazem, oportunizando a cada um de nós, momentos transformadores, nos quais abandonamos o caminho de subjugar para viver a SENSAÇÃO INDESCRITÍVEL de se integrar a natureza. #exsitu#zoológicos#borboletários#aquários#fauna#biologia#história
CRÉDITOS DO VÍDEO “HISTÓRIA DOS ZOOLÓGICOS”
ROTEIRO E NARRAÇÃO:
MARISTELA ZAMONER
CONSULTORIA:
DENI LINEU SCHWARTZ FILHO
IMAGENS ATUAIS, DE INSTITUÇÕES E DE FAUNA EX-SITU:
DENI LINEU SCHWARTZ FILHO
E MARISTELA ZAMONER
LOCAIS DAS IMAGENS EX-SITU:
JARDIM ZOOLÓGICO/BIOPARQUE DE ROMA, ITÁLIA
AQUÁRIO DE GÊNOVA, ITÁLIA
BIOPARQUE DE VALÊNCIA, ESPANHA
LORO PARQUE, TENERIFE, ESPANHA
PARQUE ZOOBOTÂNICO DO MUSEU EMÍLIO GOELDI, BELÉM, PARÁ, BRASIL
BOSQUE RODRIGUES ALVES, JARDIM ZOOBOTÂNICO, BELÉM, PARÁ, BRASIL
PARQUE NATURALÍSTICO MANGAL DAS GARÇAS, BELÉM, PARÁ, BRASIL
ZOOPARQUE DE ITATIBA, ITATIBA, SÃO PAULO, BRASIL
PARQUE DAS AVES, FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ, BRASIL
BORBOLETÁRIO RESERVA SERELEPE, QUATRO BARRAS, PARANÁ, BRASIL