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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Mutum-de-alagoas, uma história de coragem (artigo e vídeo)




Por Maristela Zamoner

Parte das espécies de animais está em situação de risco em seus ambientes naturais, caminhando para um desaparecimento definitivo de sua existência.

As principais razões de extinção atual são: perda, degradação e fragmentação de hábitats pela expansão da distribuição humana; caça e retirada ilegal de animais da Natureza, provocando reduções drásticas em suas populações e, por fim, as dificuldades das alternativas para conservação da fauna.

A reprodução protegida por cuidados humanos é um caminho que tem salvado espécies da extinção. Esta estratégia é possível graças ao conhecimento sobre as técnicas de manutenção e garantia da qualidade de vida necessária para que cada espécie tenha sucesso reprodutivo. É um esforço incansável de biólogos, veterinários, zootecnistas, tratadores, outros profissionais e principalmente criadores.

Este trabalho acontece em entidades como zoológicos, bioparques ou criadouros particulares.

Um exemplo é a espécie Pauxi mitu, conhecida popularmente com mutum-de-alagoas. Uma ave de aproximadamente 3kg, coloração bem escura, com bico, patas e parte ventral em tons de vermelho, que se reproduzia na natureza fazendo ninhos em árvores onde eram colocados, geralmente, 2 ovos. Esta ave foi extinta na natureza em consequência, principalmente, da redução de hábitats.

Esteve reduzida a 5 indivíduos que foram retirados da Natureza a partir de meados da década de 1970 e cuidados por mãos humanas asseguradoras de seu bem-estar, sem o qual seria impossível sua reprodução. Portanto, só não ocorreu a sua extinção em definitivo porque houve empenho e investimento humano, em um criadouro particular chamado Nardelli, no Rio de Janeiro.

Ao entrar em sérias dificuldades financeiras, o criadouro passou os animais para a Fundação Crax, em Minas Gerais, que deu continuidade a atividade, viabilizando a existência dos atuais mais de 200 indivíduos sobreviventes. 

Em breve estas aves retornarão a ambientes naturais recuperados e isto só é possível porque estiveram sob cuidados humanos enquanto seu ambiente natural se reduzia a poucos fragmentos.

A reprodução protegida por cuidados humanos, seja em zoológicos, bioparques, criadouros ou reservas ambientais e similares, é chance de sobrevivência para várias espécies da nossa fauna. É a esperança de que um dia ambientes recuperados possam ser a sua casa.

Estas iniciativas não são fáceis de se manter, precisam ser reconhecidas, merecem ser valorizadas, cultivadas, viabilizadas e estimuladas.


Espécie: Mitu mitu/ Pauxi mitu (Linnaeus, 1766).
Nome popular: Mutum-do-nordeste, mutum-de-alagoas.

#ex-situ #mutum-de-alagoas #mitumitu #pauximitu #cuidadoshumanos #criadouros

sábado, 24 de agosto de 2019

HISTÓRIA DOS ZOOLÓGICOS (artigo e vídeo)



Por Maristela Zamoner

O fascínio humano pelos animais talvez seja tão antigo quanto a nossa própria existência. 

Colecionar animais vivos, mantendo-os sob cuidados humanos é uma prática muito antiga. Esta manutenção, fora dos ambientes naturais, é chamada  ex-situ. Várias das grandes civilizações do passado mantinham coleções de animais vivos. E algumas delas se destacam na história.

Apesar das controvérsias entre historiadores e arqueólogos, o Egito é apontado em descobertas recentes como local de surgimento do primeiro zoológico do mundo, há cerca de 3.500 A.C. 

Na China, cerca de mil anos antes de Cristo, o imperador Wen Wang estabeleceu sua coleção de animais em um grande espaço que ficou conhecido até os dias de hoje como Jardim da Inteligência. Os animais recebiam cuidados de saúde profissionais e havia até mesmo pesquisa científica. O acervo contava com antílopes, veados, bodes e, entre outros, faisões. 

No México do passado, o Imperador Montezuma, que governou o Império Asteca entre os anos de 1502 e 1520, também construiu um zoológico. Seu porte exigia o serviço de 300 trabalhadores. Europeus chegaram a ilustrar a coleção que contava como grandes felinos, macacos, roedores, jacarés, lagartos, serpentes, muitas aves e outros animais. Uma estranha ala foi dedicada a exposição de pessoas com características atípicas. O fim deste zoológico ficou por conta dos espanhóis.

A partir do século XVIII os zoológicos europeus começaram a se multiplicar. 
O único sobrevivente até os dias atuais é o zoológico de Viena. Embora seu acervo remonte à Viena de séculos anteriores, passou a funcionar em 1752, como um zoológico de uso privativo da família imperial. Sua abertura ao público ocorreu em 1779 perdurando até a atualidade. 

O projeto foi inspirado no zoológico da realeza francesa, com um pavilhão central e delimitadas áreas adjacentes. Na década de 1820 o Zoológico de Viena recebeu uma onça pintada viva, enviada do Brasil pela Imperatriz Maria Leopoldina da Áustria, esposa de Dom Pedro I. Nesta época o Brasil não tinha nenhum zoológico. 

A primeira coleção de animais vivos do Brasil teria sido inaugurada em Recife, durante o período holandês no ano de 1638 por João Maurício de Nassau. 

O zoológico mais antigo do país que ainda está em funcionamento, foi inaugurado em 1895 por Emilio Goeldi no Pará, em Belém.

A prática de formar coleções de animais se espalhou pelo mundo, atualmente são milhares de iniciativas pelos diferentes continentes. A manutenção da fauna ex situ, passou a incluir, entre outras modalidades, aquários e borboletários.

Os objetivos e finalidades da manutenção ex situabrangem hoje, além da educação ambiental, a formação de reservas da diversidade faunística. 

Quando as primeiras coleções de animais vivos surgiram, a população humana era sustentável no planeta. Hoje, não é mais. Existiam imensas porções de áreas naturais, que agora, estão massivamente alteradas e sua redução continua. Cada dia que passa diminuem mais as florestas nativas e seus remanescentes são mais impactados pelas ações humanas.

Diversas espécies já foram definitivamente extintas. Outras foram extintas na natureza e existem apenas devido ao conhecimento e trabalho de manutenção ex situ, que é hoje a única esperança de retorno a ambientes futuramente recuperados, ou protegidos.

É nesta nova realidade que empreendimentos zoológicos do passado reformulam suas instalações assumindo novos conceitos. Deles derivam os bioparques, nos quais as grades não existem mais. Os espaços dos animais reproduzem as condições da natureza e a qualidade de vida nestas reservas de biodiversidade animal é aprimorada dia a dia, quase em uma corrida contra o tempo. 

Neste conceito inovador da vida ex situ, é viabilizada - sob cuidados humanos - a reprodução, reveladora do bem-estar animal, base promissora para manutenção de cada espécie.

Os zoológicos do passado, que serviam primordialmente para diversão humana, transmitiam ao visitante a sensação de poder que subjuga a natureza. 

Hoje, independente de como os denominarmos, guardam a missão urgente de proteger espécies. Assumem ainda o compromisso de sensibilizar humanos sobre sua própria responsabilidade nas iniciativas de conservação para futuras gerações. E o fazem, oportunizando a cada um de nós, momentos transformadores, nos quais abandonamos o caminho de subjugar para viver a SENSAÇÃO INDESCRITÍVEL de se integrar a natureza. 

#exsitu #zoológicos #borboletários #aquários #fauna #biologia #história



CRÉDITOS DO VÍDEO “HISTÓRIA DOS ZOOLÓGICOS”


ROTEIRO E NARRAÇÃO:
MARISTELA ZAMONER

CONSULTORIA:
DENI LINEU SCHWARTZ FILHO

IMAGENS ATUAIS, DE INSTITUÇÕES E DE FAUNA EX-SITU:
DENI LINEU SCHWARTZ FILHO 
E MARISTELA ZAMONER

LOCAIS DAS IMAGENS EX-SITU:
JARDIM ZOOLÓGICO/BIOPARQUE DE ROMA, ITÁLIA
AQUÁRIO DE GÊNOVA, ITÁLIA
BIOPARQUE DE VALÊNCIA, ESPANHA
LORO PARQUE, TENERIFE, ESPANHA
PARQUE ZOOBOTÂNICO DO MUSEU EMÍLIO GOELDI, BELÉM, PARÁ, BRASIL
BOSQUE RODRIGUES ALVES, JARDIM ZOOBOTÂNICO, BELÉM, PARÁ, BRASIL
PARQUE NATURALÍSTICO MANGAL DAS GARÇAS, BELÉM, PARÁ, BRASIL
ZOOPARQUE DE ITATIBA, ITATIBA, SÃO PAULO, BRASIL
PARQUE DAS AVES, FOZ DO IGUAÇU, PARANÁ, BRASIL
BORBOLETÁRIO RESERVA SERELEPE, QUATRO BARRAS, PARANÁ, BRASIL

MÚSICAS:
BIRTH OF A HERO (Bensound)
BORDERLESS (Biblioteca de áudio Youtube)
INTRIGUE (Biblioteca Youtube)
ON THE BACH (Biblioteca Youtube)

VOCÊ GOSTOU?
CURTIR E COMPARTILHAR NOS INCENTIVA A
PRODUZIR MAIS!

DID YOU LIKE IT?
GIVING US A THUMBS UP AND SHARING
MOTIVATES US TO MAKE MORE!

sábado, 17 de agosto de 2019

Trabalho voluntário, motivando a Observação de Borboletas

Por Maristela Zamoner

Ainda estou em férias, mas sempre disposta a um trabalho voluntário de palestra e atividade de campo aberto à população para motivar a Observação de Borboletas! Obrigada Deni Schwartz Filho pelo companheirismo que amo, Anderson Warkentin pelo apoio e participação em valioso depoimento, a Educação Ambiental e direção do Jardim Botânico de Curitiba pelo convite e pela carinhosa preparação em cada detalhe, e a todos os presentes! Foi um dia maravilhoso!




sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Observação de Borboletas no Jardim Botânico de Curitiba!

Amanhã previsão de sol! Não perca palestra com Observação de Borboletas!


Acesse a matéria completa aqui: https://paranaportal.uol.com.br/gente/jardim-botanico-observacao-de-borboletas/

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Férias de natureza, inesquecíveis!

Vocês tornaram nossas férias inesquecíveis! 
Voltamos depois de nove dias com a sensação de ter experimentado um mês completo conhecendo pessoas incríveis que dedicam suas existências a entender nossa fauna em vida! 
Obrigada pela generosidade de compartilhar seus preciosos conhecimento: Joao Angelo Cerignoni (Borboletário Esalq), José Dionísio Bertuzzo, Thomaz Henrique Barrella, Sabrina Martins e Sinval Dorigon (Unidade de Conservação e Borboletário Mata de Santa Genebra), Felipe Garcia (Zooparque de Itatiba), Stefânia Miranda e Stella Malcher (Parque Naturalístico Mangal das Garças, com Borboletário), Antônio Messias Costa (Parque Zoobotânico do Museu Goeldi), Ivan Santos, Laura Dias, e Pryscila Margarido (Parque do Utinga, Ideflor-Bio - Reintrodução de ararajuba) e Paulina Acre (Borboletário de Osasco).
Inscreva-se em nosso canal do YouTube, Casa do Biólogo, e aguarde, ao longo das próximas semanas traremos um filme para cada local visitado nesta aventura!
Obrigada a Omega Travel pelo apoio!



Vem palestra aí!


sábado, 3 de agosto de 2019

VÍDEO - Leitura do livro: O SEGREDO DE ADALIA










Esse novo vídeo é dedicado às nossas crianças. Aqui fazemos a leitura do livro O SEGREDO DE ADALIA, que conta a história da vida de uma joaninha que esconde um segredo. Precisamos de iniciativas com qualidade técnica para Educação Ambiental, sem perder o caráter gostoso de literatura! Vamos incluir nossas crianças desde cedo nos assuntos sobre ambiente e biodiversidade!
#joaninha #coleoptera #biologia #educacaoambiental #literatura #natureza

Objetivo: narração com imagens do livro infantil “O Segredo de Adalia”, de Maristela Zamoner, publicado em 2018 pela Comfauna Livros. Acesse ao livro gratuitamente: https://comfauna-livros.blogspot.com/... Este livro foi escrito por iniciativa da Casa do Biólogo e tem o apoio editorial irrestrito da Comfauna– Conservação e Manejo de Fauna Silvestre LTDA. O objetivo é oferecer ao público infantil conteúdos que, do ponto de vista da Biologia, sejam compatíveis com as características naturais dos animais ilustrados, sem perder o caráter agradável de literatura. Trazemos, assim, uma representação cuidadosa de aspectos como: ciclo de vida, características físicas básicas nas diferentes fases, tamanho em relação ao humano, hábito alimentar, entre outros. A obra é indicada para qualquer faixa etária. Pode ser lida para bebês ou pelas próprias crianças em idade escolar. Os adultos educadores, sejam pais, professores ou mesmo recreacionistas, têm a liberdade de promover a adequação necessária a cada situação. A obra foi desenvolvida para ser utilizada de forma lúdica, sem perder seu papel educativo. Esperamos contribuir com a disseminação de conteúdo elaborado, trazendo qualidade de informação biológica e científica aos pequenos que farão o futuro de nosso planeta.