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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Morreram todas.

E... morreram todas.
No primeiro dia havia uma fêmea no auge de sua vitalidade, esbanjando beleza, empenhada em colocar suas dezenas de ovos nas pontinhas das folhas bem verdes. Cheia de esperanças em sua prole.
Nos dias seguintes alguns ovos foram destruídos, mas outros escaparam e começaram a nascer lagartinhas com aquele típico ar de jovialidade. Vieram outros insetos, parasitaram a maior parte das sobreviventes.
Ficaram duas ou três vivas que quase chegaram a fase de casulo, se não tivesse surgido este hemíptero bebê faminto, preto e vermelho, que as sugou pela extremidade até não suportarem vivas.
Daquela primeira coleção de ovos, nenhum chegou vivo ao ponto de descobrir o que é ser uma borboleta. Mas nesta jornada, foram fonte de vida para outras espécies que delas dependem para existir.
Ao seu jeito, cumpriram sua missão. Mas não fiquemos tristes, no mesmo local existem ovos prontos para gerar mais lagartas que lutarão bravamente para tentar chegar a fase reprodutiva, quando nos deslumbram com seus encantos.


É uma história que deve nos ensinar a ter muito, mas muito respeito por aquele ovo que consegue um dia descobrir o que é voar. Afinal, para cada borboleta madura que chega a fase reprodutiva, dezenas de suas irmãs jovens foram mortas pelo caminho. Uma borboleta pode dar a impressão de ser frágil, mas sua vida conta uma história de muita força e bravura.

Espécie: Mechanitis lysimnia.
Data da observação: 22 de outubro de 2018.
Local: Curitiba, Paraná.



Saiba mais: https://www.inaturalist.org/observations/17660327

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